Sobre Nós

Meu nome e Arildo Ferreira dos Santos, minha esposa Lucilene de Jesus Maia Santos. Somos produtos de café aqui do Estado de Rondônia. Somos filhos e netos de cafeicultores, começamos a gostar de trabalhar com café desde criança com café commodity

No ano de 2017, fomos convidados a participar do concurso de qualidade do café de Rondônia, o Concafé, sem saber muito o que era "qualidade". Preparamos o café, enviamos a amostra, mas não conseguimos esperar o resultado do concurso. Sem saber qual seria o desfecho, vendemos o café como commodity.

O concurso aconteceu, vendemos o café cru e, para nossa surpresa, ficamos com a segunda melhor nota. No entanto, fomos desclassificados por não termos a quantidade mínima de sacas exigida para o concurso.

Em 2018, preparamos novamente o café para o concurso e obtivemos uma boa nota, mas veio a decepção de não conseguir vender o café especial cru. Isso nos levou a pensar em torrar o café para nosso próprio consumo. Fomos à cidade, encontramos uma torrefação que fez o serviço para nós e torramos duas sacas. Trouxemos o café para casa e começamos a consumi-lo. As pessoas que nos visitavam passaram a perguntar sobre aquele café. Respondíamos: "É o nosso café especial." Começamos a dar e vender pequenas quantidades para divulgar e fazer propaganda. Foi então que percebemos a existência de um pequeno mercado.

No ano seguinte, produzimos 25 sacas de 60 quilos de café especial com pontuação de 84 pontos, mas novamente não conseguimos vender como café especial cru. Mesmo assim, continuamos a vender nosso café torrado. Nos anos seguintes, o SENAR iniciou uma assistência técnica e gerencial com o agrônomo Darlan Shances, que contribuiu significativamente para a nutrição das plantas e a fermentação de cafés especiais. Nesse período, produzimos 75 sacas de café especial. Apesar de não conseguirmos vendê-lo como especial cru, percebemos um aumento no rendimento.


Entretanto, o trabalho de lavar o café em caixas d'água e secá-lo em terreirão era muito desgastante. Pensamos, então, em instalar uma torrefação na propriedade. Ficamos receosos de não ter produção suficiente para torná-la viável e optamos por começar com uma estrutura pequena para lavagem, secagem e beneficiamento, sempre respeitando o meio ambiente.

Visitamos a propriedade de um produtor que utilizava um lavador e um secador estático. Percebemos que, com algumas alterações, poderíamos melhorar aquela estrutura. Adquirimos o lavador, o secador estático e uma máquina de beneficiamento. Implementamos um sistema sustentável: a água do lavador retornava para a lavoura, e a palha do café, beneficiada, era utilizada como combustível para a secagem. Para nossa surpresa, o café produzido no secador teve excelente qualidade, resultando em bons cafés especiais.

No ano seguinte, consideramos novamente instalar a torrefação, mas ainda não era o momento. Continuamos trabalhando com foco na sustentabilidade: mantivemos 40% da propriedade como mata preservada, recuperamos nascentes e o rio que atravessa a área, garantindo água de qualidade para a produção, e plantamos mais de 6 mil árvores nativas. Também mudamos o sistema de irrigação: substituímos a aspersão, que tinha alto consumo de água e energia, pelo gotejamento, reduzindo o consumo em 60%, sem prejudicar a produção.

Em 2024, iniciamos a construção da nossa agroindústria, onde iremos torrar nossos cafés e continuar o nosso pequeno comércio de cafés especiais e tradicionais. Vamos seguir buscando sustentabilidade nesta nova etapa. Não podemos mudar o mundo, mas podemos transformar o lugar onde vivemos!

Atualmente, toda a nossa produção é colhida com 80% dos frutos maduros, lavada, seca em estufas suspensas e no secador estático. Em 2023, preparamos novamente uma amostra para o concurso Concafé, obtendo boas notas. Além disso, participamos da Semana Internacional do Café (SIC), onde tivemos uma grande surpresa: enviamos duas amostras, uma em meu nome e outra em nome da minha esposa. A amostra dela foi classificada como o segundo melhor café do Brasil na categoria Canéfora Robusto Amazônico.